segunda-feira, 10 de julho de 2017

Estudo da Ibogaína pelo mundo!

A ibogaína, medicamento obtido da raiz da Iboga, planta encontrada em países africanos, principalmente no Gabão, pode interromper a dependência de crack e outras formas de vício em 72% dos casos. É o que revela uma pesquisa brasileira inédita, publicada pelo The Journal of Psychopharmacology da Inglaterra, uma das publicações mais relevantes na área de Psicofarmacologia do mundo.

Liderado pelo psiquiatra Dartiu Xavier, o estudo, realizado entre janeiro de 2005 e março de 2013, envolveu 75 pacientes dependentes de várias drogas, como cocaína, crack, álcool e outras menos comuns. Desses, 55% dos homens e 100% das mulheres ficaram livres do vício por, pelo menos, um ano. "Esse prazo de abstinência costuma ser considerado satisfatório para se falar em cura", afirma Xavier.

Além de interromper a dependência por um período prolongado, o levantamento também identificou que a intervenção com a substância melhora a qualidade de vida dos usuários de drogas, já que foi verificado que a maioria deles voltou a estudar, a trabalhar e a se relacionar adequadamente na sociedade.

O medicamento atua em duas frentes nos pacientes. Por um lado, aumenta uma substância já conhecida no cérebro, que repara as sinapses danificadas e cria novas conexões entre os neurônios, o que recupera, em parte, o dano causado pelas drogas. Concomitantemente a esse mecanismo, ocorre um reequilíbrio dos neurotransmissores e , por consequência, a proporção adequada entre serotonina, dopamina e noradrenalina, responsáveis pelas sensações de prazer.

Por outro lado, a ibogaína atua no campo psicológico do paciente. É comum o relato de uma certa confusão mental. "Durante os efeitos da medicação, os pacientes referiram experiências e vivências intensas, revivendo coisas que aconteceram em suas vidas", afirma o psiquiatra Xavier.

Acesso à ibogaína

Apesar de ser utilizada na recuperação de dependentes químicos há algumas décadas em vários continentes, a terapia a base da Iboga (raiz cujo princípio ativo é a ibogaína) continua proibida em alguns países.

No Brasil, embora não existam restrições legais à ibogaína, o uso da substância como medicamento não está regulamentado. Os tratamentos podem ser considerados como uma alternativa para os casos mais graves de dependência química. As sessões com ibogaína são feitas a partir de produtos importados, autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

(Fonte: Revista Panorama Hospitalar)

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